Os Juizados especiais e sua função atemporal de acesso amplo à justiça

Os Juizados especiais e sua função atemporal de acesso amplo à justiça

Autores

  • Alexandre Chini Neto Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Brasil
  • Marcelo Moraes Caetano Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Brasil https://orcid.org/0009-0002-4900-5593

Palavras-chave:

juizados especiais, inclusão, normalidade, norma, normose

Resumo

Os Juizados Especiais, criados no Brasil a partir da Lei 9099 de 1995, revelaram, desde sua implementação, pendor democratizante e civilizatório. O acesso direto à Justiça, sem necessidade de intermediação, propiciou uma revolução no campo jurídico. Essa ampliação notória foi articulada por nós, neste capítulo, com a investigação que a sociologia e a filosofia fomentam em relação aos fenômenos de massa e seus desdobramentos (ECO, 1993), já que os Juizados Especiais, por sua índole de acessibilidade, abarcam parte muito grande da população. Ainda contrastamos esse fator com os conceitos antropológicos de “norma”, “normalidade” e “normose” (CREMA; LELOUP; WEIL, 2001; CAETANO, 2020), que abrangem o ser humano em seu lado individual, psicológico, de sujeito, mas também em sua face social e coletiva. Assim, propusemos a explicitação de algumas ideias de campos do conhecimento como antropologia e sociologia, que dialoguem com a aptidão inclusiva e civilizatória dos Juizados Especiais, o que se confirmou mercê dos vinte e cinco anos de seu êxito no Brasil.

Biografia do Autor

Alexandre Chini Neto, Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Brasil

Juiz de Direito do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). Auxiliar da Presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Presidente do Fórum Nacional dos Juizados Especiais (FONAJE). Professor da Graduação e da Pós-graduação da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO. Membro titular da Academia Fluminense de Letras, cadeira 50.

Marcelo Moraes Caetano, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Brasil

Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, professor pós-doutor da Universidade de Copenhague, membro titular da Academia Brasileira de Filologia, cadeira 38.  

Referências

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Publicado

23.01.2023

Como Citar

Neto, A. C., & Caetano, M. M. (2023). Os Juizados especiais e sua função atemporal de acesso amplo à justiça. Revista Da EMERJ, 24(2), 9–25. Recuperado de https://ojs.emerj.com.br/index.php/revistadaemerj/article/view/480

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