A DIGNIDADE NA FINITUDE DA VIDA HUMANA
ORTOTANÁSIA E OS CUIDADOS PALIATIVOS
Schlagworte:
Ortotanásia, Resolução do CFM, Morte com dignidadeAbstract
O presente artigo pretende analisar a ortotanásia no Brasil e a prática dos cuidados paliativos, seu conceito e vantagens aos pacientes com enfermidades terminais para quem a medicina curativa se torna inútil, bem como realizar uma breve análise jurídica, com base na Constituição Federal de 1988 e nas Resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) e Código de Ética Médica (CEM). A ortotanásia se refere a não intervenção terapêutica que se destine a prolongar a vida do doente terminal de forma artificial. Mesmo não dispondo de legislação específica, com o advento da Resolução nº 1.805/2006 do CFM ficou mais fácil compreender e aplicar esses cuidados na prática. Para alcançar os objetivos propostos, utiliza-se uma revisão de literatura como metodologia, com base em artigos científicos e legislação brasileira vigente. Por fim, conclui-se que a ortotanásia e os cuidados paliativos podem ser adotados, ao promoverem qualidade de vida aos pacientes e seus familiares, e por se apresentarem de forma lícita, posto que não há impedimento legal e nem ofensa a qualquer princípio estabelecido no direito.
Literaturhinweise
ARAÚJO, WALTER SANTANA DE. Ortotanásia e cuidados paliativos: breve análise jurídica. TCC. 2017. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/11376?locale=pt_BR. Acesso em: 10 abr. 2021.
BENEVIDES, Jonatas Ribeiro; GERAIGE NETO, Zaiden. A terminalidade da vida: ortotanásia como tutela do direito à dignidade humana dos pacientes terminais. 2014. Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=0926dc069ff7d2de. Acesso em: 25 mar. 2021.
BOECHAT, Ieda Tinoco; SILVA, Beatriz Cortes. Os cuidados paliativos e o nível de consciência do paciente: consequências que reclamam o tratamento humanizado. In: CABRAL, Hildeliza L. T. Boechat; BOECHAT, Ieda Tinoco; NOVAIS, Alinne A. Leite; SOUZA, Carlos Henrique Medeiros. Obstinação terapêutica: estudo transdisciplinar dos contornos e limites. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2019. p. 110-124.
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 04 abr. 2021.
BRASIL. CFM. Código de Ética Médica. Resolução CFM nº 1.931/2009. Aprova O Código de Ética Médica. Diário Oficial da União de 24 set. 2009, Seção I, p. 90. Brasília, 2009. Acesso em: 16 abr. 2021.
BRASIL. CFM. CEM. Código de Ética Médica: Resolução CFM nº 2.217, de 27 de setembro de 2018, modificada pelas Resoluções CFM nº 2.222/2018 e 2.226/2019 / Conselho Federal de Medicina. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2019. Disponível em: <https://bit.ly/2XNUzqP>. Acesso em: 11 mai. 2021.
BRASIL. CFM. Resolução n. 1805/2006. Dispõe que: Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis, é permitido ao médico limitar ou
suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente,
garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao
sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do
paciente ou de seu representante legal. Diário Oficial da União de 28 nov. 2006,
Seção I, pg. 169. Brasília, 2006 Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/tratamentos-na-terminalidade-da-vida.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021.
BRASIL. CFM. Resolução n. 1.995/2012. Dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. Diário Oficial da União de 31 ago. 2012, Seção I, p.269-70. Brasília, 2012. Disponível em: http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=PesquisaLegislacao&dif=s&ficha=1&id=10938
&tipo=RESOLU%C7%C3O&orgao=Conselho%20Federal%20de%20Medicina&numero=1995&situacao=VIGENTE&data=09-08-2012. Acesso em: 13 mar. 2021.
BRASIL. DRE. Lei n°. 52/2012. Lei de Bases dos Cuidados Paliativos. Disponível em: https://dre.pt/pesquisa/-/search/174841/details/maximized. Acesso em: 12 mar. 2021.
CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat et al. A bioética deste milênio: cuidado e humanização no acaso da existência humana. In: CABRAL, Hildeliza Boechat; VON-HELD, Andréa Rodrigues; DADALTO, Luciana. Cuidados paliativos: estudos acadêmicos transdisciplinares. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2018. p. 44-53.
CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat. Fundamentos filosófico-jurídico-médicos da ortotanásia: uma análise interdisciplinar. Dissertação de Mestrado. Programa de Cognição e Linguagem, Uenf. Campos dos Goytacazes, 2015. Acesso em: 29 abr. 2021.
CABRAL, Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat. Revista Brasileira de Direitos Humanos. Ortotanásia: Permitir Morrer Não Significa Simploriamente Deixar Morrer. Porto Alegre: Magister, n. 18, p. 53- 61, jul./set. 2016.
CELINE, Lara S. P.; RICCO, Júlia L. de Oliveira; CABRAL, Hildeliza L. T. Boechat. Dignidade no momento da morte. In: LÓSS, Juliana da Conceição Sampaio; DIAS Vinícius Evangelista; CABRAL; Hildeliza Boechat. Cuidados paliativos em abordagem multidisciplinar. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2020. p. 10-18
COSTA, Ingrid Vilar da; MAGALHÃES, Juliana Galante; ROCHA, Marcela Pioto. Atualidades em cuidados paliativos no Brasil: Avanço ou Resistência?.2019. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/avanco-ou-resistencia#:~:text=Cuidados%20Paliativos%20consistem%20na%20assist%C3%AAncia,e%20tratamento%20de%20dor%20e . Acesso em: 25 mar. 2021.
CUNHA, Caroline Diniz; SILVA, Jonas dos Santos; MOREIRA, Raquel Veggi. O paradigma da morte digna x distanásia à luz da Constituição Federal. In: CABRAL, Hildeliza L. T. Boechat; BOECHAT, Ieda Tinoco; NOVAIS, Alinne A. Leite; SOUZA, Carlos Henrique Medeiros. Obstinação terapêutica: estudo transdisciplinar dos contornos e limites. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2019. p. 43-53.
DADALTO, Luciana; SANTOS, Sarah Carvalho. Cuidados paliativos e testamento vital: uma relação íntima. In: CABRAL; Hildeliza L. T. Boechat, VON-HELD, Andréa Rodrigues; DADALTO, Luciana. Cuidados paliativos: estudos acadêmicos transdisciplinares. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2018. p. 55-67.
GERVASIO, Roberta Diniz; RIBEIRO, Rafael Pontes; NOVAIS, Alinne A. Leite. Dilema ético da distanásia: quando a família decide. In: CABRAL, Hildeliza L. T. Boechat; BOECHAT, Ieda Tinoco; NOVAIS, Alinne A. Leite; SOUZA, Carlos Henrique Medeiros. Obstinação terapêutica: estudo transdisciplinar dos contornos e limites. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2019. p. 125-141.
LIMA, Gilvânklim Marques de. O paciente terminal e o direito de escolha. 2017. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/58278/o-paciente-terminal-e-o-direito-de-escolha. Acesso em: 23 mar. 2021.
LÓSS, Juliana da Conceição S.; ROCHA, Marcelly Agrelos; NOVAIS, Alinne A. Leite. Continuidade do esforço terapêutico em face da constatação da terminalidade de doença e lesão à dignidade humana. In: CABRAL, Hildeliza L. T. Boechat; BOECHAT, Ieda Tinoco; NOVAIS, Alinne A. Leite; SOUZA, Carlos Henrique Medeiros. Obstinação terapêutica: estudo transdisciplinar dos contornos e limites. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2019. p. 54-65.
MARTINS ,Carlos Eduardo . Ordenamento jurídico brasileiro aceita ortotanásia. 2013. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2013-set-17/carlos-martins-ortotanasia-aceita-nosso-ordenamento-juridico. Acesso em: 23 mar. 2021.
MOREIRA, Carlos Vitor Mello et al. Quem foi Cicely Saunders?. In: LÓSS, Juliana da Conceição Sampaio; DIAS Vinícius Evangelista; CABRAL; Hildeliza Boechat.
Cuidados paliativos em abordagem multidisciplinar. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2020. p. 19-27.
MOREIRA, Raquel Veggi. Aspectos de aplicabilidade. In: CABRAL,
Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat. Ortotanásia: Bioética, Biodireito, Medicina e
direitos de personalidade. Belo Horizonte: Del Rey, 2015. p. 129-142.
MOREIRA, Raquel Veggi; CABRAL, Hildeliza L. Boechat; DADALTO Luciana. Cuidados paliativos: origem e historicidade. In: CABRAL, Hildeliza Boechat; VON-HELD, Andréa Rodrigues; DADALTO, Luciana. Cuidados paliativos: estudos acadêmicos transdisciplinares. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2018. p. 55-67.
SANTORO, Luciano de Freitas. Morte Digna: o direito do paciente terminal. 2ª reimpr. ed. Curitiba: Juruá 2012.
PESSINI, Leo; BARCHIFONTAINE, Christian de P. Problemas atuais de Bioética. 11.ed. São Paulo: centro Universitário São Camilo, 2014.
SILVA, Ezequias Martins da. A Ortotanásia e o direito de morrer à luz do princípio da dignidade da pessoa humana. 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/69887/a-ortotanasia-e-o-direito-de-morrer-a-luz-do-principio-da-dignidade-da-pessoa-humana. Acesso em: 21 abr. 2021.
SILVA, Lyssa Portal; CABRAL, Hildeliza L. Boechat. O consentimento informado e a adoção de cuidados paliativos. In: LÓSS, Juliana da Conceição Sampaio; DIAS Vinícius Evangelista; CABRAL; Hildeliza Boechat. Cuidados paliativos em abordagem multidisciplinar. Campos dos Goytacazes: Brasil Multicultural, 2020. p. 47- 58.
VON-HELD, Andréa Rodrigues. Adoção de tratamentos paliativos. In: CABRAL,
Hildeliza Lacerda Tinoco Boechat. Ortotanásia: Bioética, Biodireito, Medicina e
direitos de personalidade. Belo Horizonte: Del Rey, 2015. p. 159-169.
Downloads
Veröffentlicht
Zitationsvorschlag
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Copyright (c) 2021 Direito em Movimento
Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).